18 de outubro de 2009

Netanyahu promete longa batalha contra relatório da ONU

Por Allyn Fisher-Ilan
JERUSALÉM (Reuters) - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu uma longa batalha diplomática para "deslegitimar" as acusações da Organização das Nações Unidas (ONU) de que Israel cometeu crimes de Guerra na Faixa de Gaza, disse neste sábado uma autoridade.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU endossou na sexta-feira as críticas a Israel presentes em um relatório do jurista sul-africano Richard Goldstone que condena ações de Israel e do Hamas durante a guerra nos meses de dezembro e janeiro.
Netanyahu, que afirmou que o relatório de Goldstone pode minar as medidas de paz patrocinadas pelos Estados Unidos no Oriente Médio e que vai se opor pessoalmente a israelenses sendo julgados por crimes de guerra, disse que Israel fará uma prolongada batalha contra as críticas.
"Israel precisa deslegitimar a deslegitimização," afirmou Netanyahu, de acordo com uma autoridade israelense. Ele disse que a campanha "não terá apenas uma semana, mas provavelmente anos."
O vice-ministro das Relações Exteriores, Danny Ayalon, afirmou na sexta-feira que "Israel rejeita totalmente e completamente" a resolução do conselho da ONU condenando o país, mas não a facção palestina islâmica. Entretanto, Ayalon disse acreditar que Israel não sofrerá consequências significativas.
A resolução foi endossada por 25 Estados, incluindo a China e a Rússia, em encontro em Genebra, enquanto seis países, incluindo os Estados Unidos, votaram contra, acusando-a de abordar apenas um lado. No total, 11 países se abstiveram. Quatro, incluindo a França e a Grã-Bretanha, nem sequer votaram.
A resolução endossou a recomendação de Goldstone de que os crimes sejam encaminhados ao Conselho de Segurança da ONU se ambos os lados não conduzirem investigações internas de confiança em seis meses, e possivelmente depois sejam levados à Corte Criminal Internacional.
A resolução não mencionou o Hamas, também criticado por Goldstone por suas ações na guerra da Faixa de Gaza. A Palestina diz que um total de 1.387 palestinos morreram, entre eles muitos civis, enquanto 13 israelenses foram mortos.
Os palestinos afirmaram que implementarão comitês para avaliar as recomendações de Goldstone. O Hamas disse na sexta-feira que investigará, mas não comentou sobre as críticas ao grupo islâmico.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, apoiado pelo Ocidente, também quer formar um painel para avaliar o relatório, informou um assessor.
Israel lançou a guerra em resposta a ataques do Hamas com foguetes, que aterrorizaram moradores em cidades israelenses na fronteira com a Faixa de Gaza por vários anos, embora tenham causado poucas mortes.
(Reportagem adicional de Ali Sawafta em Ramallah e Nidal al-Mughrabi em Gaza)


Postado por Laissa Lopes e Luciana Lima

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