16 de agosto de 2009

Gripe suina e comercio dominam cupula da America do Norte

STEVE HOLLAND e PATRICIA ZENGERLEda Reuters, em Guadalajara
Líderes dos Estados Unidos, do México e do Canadá se reúnem na segunda-feira para apresentar uma frente unida no combate à gripe suína --como é chamada a gripe A (H1N1), mas o consenso não é o mesmo no que tange às questões comerciais.
Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e do México, Felipe Calderón, junto com o primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, assistiram a um espetáculo de dança folclórica e músicos mariachis na noite deste domingo.
Depois da sua sessão de trabalho, os "três amigos", como às vezes são chamados, devem divulgar um comunicado conjunto salientando seu compromisso para limitar ao máximo o recrudescimento da epidemia do H1N1, previsto para ocorrer nos próximos meses, com a chegada do inverno no Hemisfério Norte.
Uma fonte do governo Obama disse que o objetivo é conscientizar as populações dos três países sobre as medidas necessárias para mitigar a difusão do vírus, que aparentemente surgiu neste ano no México.
Obama conversou durante 45 minutos com Calderón, e os dois em seguida jantaram com Harper no Centro Cultural Cabañas. Uma multidão acompanhou a passagem da comitiva de Obama.
Calderón gastou pouco tempo tratando da polêmica envolvendo as atuais restrições ao tráfego de caminhões mexicanos nos EUA, por alegados motivos de segurança --embora o livre trânsito desses veículos estivesse contemplado no Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta).
Em março, depois de Obama sancionar uma lei que na prática proibia a entrada de caminhões mexicanos nos EUA, o México impôs tarifas retaliatórias de US$ 2,4 bilhões sobre produtos norte-americanos.
Obama deixou claro a Calderón que está se empenhando com o Congresso para resolver o que julga serem preocupações legítimas de segurança.
"Acho que há uma clara compreensão de que está questão era prioritária e que todos gostariam de resolverem-na o mais rápido possível", disse a fonte norte-americana, pedindo anonimato.
Já as autoridades canadenses devem manifestar preocupação com elementos protecionistas incluídos num pacote norte-americano de estímulo econômico, avaliado em US$ 787 bilhões. O Canadá é o maior parceiro comercial dos EUA.
O embaixador mexicano no Canadá, Francisco Barrio, disse que Calderón aproveitou conversas com Harper para se queixar da exigência de vistos para que mexicanos visitem o Canadá.
Obama e Calderón também conversaram sobre a guerra entre quadrilhas mexicanas do narcotráfico. O México se queixa de que a chamada "Iniciativa Mérida", que resultariam em US$ 1,4 bilhão em equipamentos e treinamentos dos EUA para o combate ao tráfico, está demorando muito para se materializar, em parte devido a preocupações de Washington com a situação dos direitos humanos no país vizinho.
O senador democrata Patrick Leahy bloqueou a liberação de US$ 100 milhões por discordar de um relatório do Departamento de Estado sobre os direitos humanos no México.
O embaixador mexicano nos EUA, Arturo Sarukhan, disse a jornalistas que "há um senador preocupado com a questão", e que "isso não é parte de um movimento mais amplo dentro do Senado".
Postado por Paulo R. M. Lima

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