13 de setembro de 2009

ONGs pedem reforma no Conselho de Segurança da ONU para focar no desarmamento

México, 11 set (EFE).- A declaração da 62ª Conferência do Departamento de Informação Pública da ONU e das Organizações Não-Governamentais (ONGs) pediu hoje a reforma do Conselho de Segurança do organismo para responder mais efetivamente às violações de tratados internacionais de desarmamento.
O presidente da Conferência, Charles Hitchcock, da ONG Peace Action International, leu no encerramento encontro de três dias, realizado na capital mexicana, um documento que, entre outros assuntos, urge à ONU a fazer "mais representativo" ao Conselho.
O ponto em questão pede uma reforma do órgão máximo das Nações Unidas para que possam escutar mais opiniões nele e aumentar sua sensibilidade para o desarme global.
A reunião do Conselho no próximo dia 24 de setembro, à qual assistirá o presidente americano, Barack Obama, seria o momento para discutir as bases para isso, acrescentou na declaração.
Nos discursos de encerramento da conferência, o ativista costarriquenho Roberto Zamora, de Global Partnership for the Prevention of Armed Conflicts, já tinha advogado por esta ação.
Zamora argumentou que a corrida para o desarmamento global não se beneficia do fato que os integrantes do Conselho de Segurança da ONU sejam "os maiores produtores" de armas do mundo, em referência a seus cinco membros permanentes: Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França.
O ativista advertiu também que a tendência empresarial de busca de mercados baratos para fabricar seus produtos está chegando às companhias que elaboram armamento tecnológico, e deu como exemplo seu próprio país, Costa Rica, onde firmas americanas já compraram terrenos, disse.
Na declaração pactuada apontou-se também para a entrada em vigor da proibição de testes nucleares, de produção de material para o armamento nuclear e de transferências de armamento que violem o direito internacional.
Além disso, no campo das armas convencionais, foi pedida a regulação e restrição de seu comércio internacionalmente, assim como evitar sua proliferação entre a população civil.
Segundo a ONU, a cada dia morrem mil pessoas pelo emprego de armas e outras 3 mil resultam danificadas seriamente. Pediu-se também a reorientação dos orçamentos bélicos para a fins sociais.
A Conferência encerrou também com o desejo que o período entre 2010 e 2020 seja declarada década internacional pelo desarmamento global.
O presidente de Prefeitos pela Paz, Tadatoshi Akiba, da cidade japonesa de Hiroshima, expressou seu desejo de conseguir esta meta e celebrá-lo com Jogos Olímpicos em sua cidade e em Nagasaki, ambas vítimas da devastação que podem causar as armas atômicas.
A organização congrega a 3.105 metrópoles de todo o mundo, que representam cerca de 600 milhões de pessoas. Sua meta é alcançar 5 mil cidades e 1 bilhão de pessoas.
Nos discursos finais do encontro foi discutido o papel do presidente americano, a quem se vê como uma das chaves para avançar em matéria de desarmamento.
A Conferência reuniu durante três dias a 1.300 participantes de aproximadamente 50 países e contou em sua inauguração com a presença do secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon.
O máximo líder das Nações Unidas observou como possível um mundo sem armas nucleares (existem 20 mil delas em todo o planeta) e apontou a que o desarmamento está de novo na agenda global.
México é a segunda sede fora de Nova York desta conferência auspiciada pelas Nações Unidas, que no ano passado se celebrou em Paris.

Postado por Laissa Lopes

Nenhum comentário:

Postar um comentário